Astrônomos procuram “estrelas vampiras” para explorar os segredos da energia escura
Ainda em construção em uma montanha no Chile, o Observatório Vera C. Rubin dedicará os próximos 10 anos a documentar o universo em busca de “estrelas vampiras” – fenômenos em que uma estrela explode enquanto se alimenta de outra estrela próxima.
O projeto usará dados sobre supernovas do tipo Ia, conhecidas por serem algumas das mais brilhantes do universo, para medir com maior precisão a taxa de expansão do cosmos. O objetivo é aprofundar o entendimento sobre a energia escura, uma força misteriosa que representa cerca de 70% do universo e que estaria impulsionando sua expansão acelerada.
“O vasto volume de dados do Rubin nos permitirá observar uma grande variedade de supernovas tipo Ia em diferentes distâncias e galáxias”, explicou Anais Möller, integrante da Rubin/LSST Dark Energy Science Collaboration, em um comunicado.
O observatório monitorará mudanças no brilho e na posição dessas supernovas ao longo de uma década, permitindo que os cientistas analisem como o comprimento do universo evolui com o tempo.
“O universo em expansão é como um elástico sendo esticado. Se a energia escura não for constante, seria como esticar o elástico de formas diferentes em pontos distintos. Acredito que, na próxima década, poderemos determinar se a energia escura é constante ou se evolui ao longo do tempo cósmico. O Rubin nos ajudará a responder essa questão com base nas supernovas tipo Ia”, destacou Möller.
Supernovas tipo Ia
Essas supernovas ocorrem quando uma anã branca – uma estrela que chegou ao fim de sua vida ao esgotar seu combustível nuclear – colapsa em um estado de alta densidade, mas sem explodir.
Se essa anã branca estiver em um sistema binário, ela pode “roubar” material de uma estrela companheira próxima. Esse processo de “alimentação” aumenta sua massa até que ela explode, formando uma supernova tipo Ia.
Energia escura
A energia escura foi proposta em 1998 para explicar por que o universo está se expandindo de forma acelerada. Embora sua natureza exata ainda seja desconhecida, acredita-se que ela funcione como uma força oposta à gravidade, causando a expansão do cosmos.
Essa energia enigmática continua sendo um dos maiores mistérios da cosmologia moderna e é responsável por cerca de 70% de todo o universo.
Próximos passos
Com o Observatório Rubin, os cientistas esperam não apenas catalogar supernovas tipo Ia em detalhes, mas também determinar se a energia escura é uma constante ou se varia ao longo do tempo, abrindo novas possibilidades para compreender a evolução do cosmos.
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